Apenas animais vítimas de maus-tratos serão abrigados nas 80 vagas. Para ONGs, iniciativa é bem-vinda, mas capacidade ainda é limitada
Publicado em 03/09/2010 | Vanessa Prateano e Ismael de Freitas, da sucursal, especial para a Gazeta do Povo
Até junho de 2011, a prefeitura de Curitiba promete inaugurar o primeiro abrigo público para animais da cidade, localizado no bairro Guabirotuba, onde funcionava o antigo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da capital. A iniciativa foi anunciada junto com a inauguração por decreto do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna de Curitiba, na quarta-feira. O órgão, subordinado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), substituirá o antigo Departamento de Zoológico da mesma secretaria. O novo departamento ampliará o trabalho já feito pelo antigo – o estudo e conservação das espécies residentes no Museu de História Natural, no Passeio Público e no Zoológico municipal – e ficará responsável também pela conservação e manejo de espécies domésticas e silvestres.
Para as ONGs de defesa dos animais, o anúncio da criação do abrigo veio em boa hora. Atualmente, não há na cidade um local para onde possam ser encaminhados os animais vítimas de maus-tratos ou de acidentes de trânsito. “Hoje, se um animal estiver agonizando na rua, não há a quem você possa apelar. Se você ligar para a prefeitura eles dirão que não podem fazer nada, a não ser que o animal ofereça risco à segurança das pessoas”, afirma o presidente da ONG Amigo Animal, Marcelo Misga.
A capacidade anunciada pela prefeitura é criticada pelos ongueiros. “Somente aqui na sociedade recebemos cerca de quatro pedidos diários para recolher animais. Levando-se em conta que esse animal ficará ali até se recuperar e ser encaminhado para doação, certamente haverá fila”, opina a presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC), Soraya Simon. Outra ressalva é de que apenas animais vítimas de maus-tratos poderão ser encaminhados ao abrigo – os abandonados continuarão sem destino. “Nós estamos exercendo o papel do Estado de abrigar e tratar esses animais”, diz Soraya. No momento, a SPAC abriga mais de mil animais, e gasta mensalmente cerca de R$ 35 mil. A Amigo Animal recebe cerca de 35 pedidos diários de ajuda. Tem mais de 2 mil cães em seu abrigo, ao custo de R$ 40 mil mensais.
Para as ONGs de defesa dos animais, o anúncio da criação do abrigo veio em boa hora. Atualmente, não há na cidade um local para onde possam ser encaminhados os animais vítimas de maus-tratos ou de acidentes de trânsito. “Hoje, se um animal estiver agonizando na rua, não há a quem você possa apelar. Se você ligar para a prefeitura eles dirão que não podem fazer nada, a não ser que o animal ofereça risco à segurança das pessoas”, afirma o presidente da ONG Amigo Animal, Marcelo Misga.
A capacidade anunciada pela prefeitura é criticada pelos ongueiros. “Somente aqui na sociedade recebemos cerca de quatro pedidos diários para recolher animais. Levando-se em conta que esse animal ficará ali até se recuperar e ser encaminhado para doação, certamente haverá fila”, opina a presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC), Soraya Simon. Outra ressalva é de que apenas animais vítimas de maus-tratos poderão ser encaminhados ao abrigo – os abandonados continuarão sem destino. “Nós estamos exercendo o papel do Estado de abrigar e tratar esses animais”, diz Soraya. No momento, a SPAC abriga mais de mil animais, e gasta mensalmente cerca de R$ 35 mil. A Amigo Animal recebe cerca de 35 pedidos diários de ajuda. Tem mais de 2 mil cães em seu abrigo, ao custo de R$ 40 mil mensais.
Cadastro
Chip dificulta abandono
Com o decreto assinado na quarta-feira, uma das principais vitrines do antigo Departamento de Zoológico, a Rede de Defesa e Proteção Animal, passa a integrar o novo departamento. O projeto é responsável por cadastrar os animais da cidade, que passam a portar um microchip identificando o dono. “A partir do momento que o animal tem o chip, o dono pode ser localizado e responsabilizado pelo abandono, o que inibe esse tipo de comportamento”, explica Marcos Traad. De acordo com estudo supervisionado pelas ONGs, somente a população de cães da capital já ultrapassa 400 mil animais, dos quais 12 mil são abandonados e 192 mil semidomiciliados (cães e gatos com dono, mas que passam a maior parte do tempo na rua).
Para a voluntária da Sociedade de Proteção aos Animais de Curitiba, Ana Paula Cecone, a chipagem é necessária, mas deve ser feita após a castração do animal, algo que hoje não acontece. A prefeitura oferece apenas o kit de castração – são mais de 4 mil repassados anualmente a duas ONGs que prestam o serviço a pessoas carentes através de convênio –, mas não paga o veterinário nem oferece o local. “Não adianta apenas chipar o animal. Se ele não for castrado e tiver o hábito de viver na rua, vai se reproduzir e contribuir para aumentar o número de cães abandonados. O problema vai continuar.” (VP)
Com o decreto assinado na quarta-feira, uma das principais vitrines do antigo Departamento de Zoológico, a Rede de Defesa e Proteção Animal, passa a integrar o novo departamento. O projeto é responsável por cadastrar os animais da cidade, que passam a portar um microchip identificando o dono. “A partir do momento que o animal tem o chip, o dono pode ser localizado e responsabilizado pelo abandono, o que inibe esse tipo de comportamento”, explica Marcos Traad. De acordo com estudo supervisionado pelas ONGs, somente a população de cães da capital já ultrapassa 400 mil animais, dos quais 12 mil são abandonados e 192 mil semidomiciliados (cães e gatos com dono, mas que passam a maior parte do tempo na rua).
Para a voluntária da Sociedade de Proteção aos Animais de Curitiba, Ana Paula Cecone, a chipagem é necessária, mas deve ser feita após a castração do animal, algo que hoje não acontece. A prefeitura oferece apenas o kit de castração – são mais de 4 mil repassados anualmente a duas ONGs que prestam o serviço a pessoas carentes através de convênio –, mas não paga o veterinário nem oferece o local. “Não adianta apenas chipar o animal. Se ele não for castrado e tiver o hábito de viver na rua, vai se reproduzir e contribuir para aumentar o número de cães abandonados. O problema vai continuar.” (VP)
Interior
No interior, algumas prefeituras dispõem de departamentos para fazer a castração, chipagem e tratamento desses animais, mas esse trabalho não é suficiente para diminuir o número deles nas ruas.
Um dos casos mais problemáticos é o de Cascavel, onde a ONG Associação Cidadã de Proteção aos Animais (Acipa) construiu um abrigo com capacidade para abrigar 140 animais, onde vivem hoje mais de 220 cães e gatos.
Em Maringá, existe um programa de recolhimento e castração de animais abandonados. Segundo a prefeitura, atualmente são feitas em média 5 castrações por dia, mas só são recolhidos cães e gatos que representem risco para a saúde pública ou que são agressivos. Em Ponta Grossa, os cães recolhidos são castrados, vacinados e tratados. Depois, são devolvidos às ruas.
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