ONGs tentam salvar cães e gatos de rua do Iraque e Afeganistão
19 de setembro de 2010
O sargento da Marinha Pen Farthing chegou à cidade de Now Zad, na província afegã de Helmand, em novembro de 2006, e se apaixonou pelos cachorros locais. Ajudou a fundar a ONG Nowzad Dogs em maio de 2007, que ajuda as pessoas a levarem bichos adotados do Afeganistão ou Iraque para EUA e Reino Unido (Foto: Divulgação/Nowzad)
Mesmo as mais valentes máquinas de guerra se rendem diante de um cachorro abanando o rabo.
Em meio à ofensiva de Fallujah, uma das mais sangrentas da guerra do Iraque, o pequeno Lava tirou a sorte grande.
Achado em uma casa abandonada em 2004, o filhote foi adotado por fuzileiros navais dos EUA. E foi ficando, apesar da rígida proibição militar de alimentar ou manter animais.
O cachorro Lava e o tenente-coronel Jay Kopelman, que escreveu o livro ‘De Bagdá, com muito amor‘ contando como resgatou Lava do Iraque para a Califórnia (Foto: Divulgação/Nowzad)
Virou protagonista de uma história de amor proibido, contada no livro De Bagdá, com Muito Amor, que já vendeu 45 mil cópias no Brasil. Nele, o tenente-coronel Jay Kopelman conta a batalha travada até que Lava pudesse ver o mar da Califórnia.
Na mesma guerra, a ex-soldado britânica Louise Hastie encontrou o gato Simba dentro de um saco de lixo.
Pesquisou e descobriu como mandá-lo para o Reino Unido. O feito lhe rendeu pedidos de ajuda, além de fama como “Bagdhad Cat Lady”.
Depois, mandou para casa Felix, Pudding e outros. “Acho que minha mãe já não tem lugar pra mais nenhum bicho”, diz ela, que trabalha em uma empresa de segurança e fundou a Baghdad Animal Rescue.
A organização uniu-se a outra ONG britânica, a Nowzad, e Louise acaba de se mudar para Cabul, no Afeganistão. Lá, pretende ajudar também burros e cavalos.
A ex-soldado Louise Hastie ficou conhecida como “Baghdad Cat Lady” [Senhora dos Gatos de Bagdá]
após adotar o gato Simba no Iraque e mandá-lo para o Reino Unido, em 2005.
(Foto: Divulgação/Nowzad)
após adotar o gato Simba no Iraque e mandá-lo para o Reino Unido, em 2005.
(Foto: Divulgação/Nowzad)
As ONGs são mantidas por doações feitas por meio de seus sites, campanhas em redes virtuais e eventos.
Levar um bichinho do Iraque ou Afeganistão para os EUA ou Reino Unido custa, em média, R$ 7.000, incluindo transporte, documentos e vacinas. A lei britânica exige seis meses de quarentena para bichos de fora da UE.
Apesar da burocracia, há quem se anime em salvar um animal das zonas de guerra.
Mas o conselho é: “Procure um bichinho na sua região”, diz Terri Crisp, chefe da Operação Bagdá Pup, da SPCA International (Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra Animais).
A entidade ajuda militares e trabalhadores de empresas terceirizadas a “importar” animais com os quais têm ligação afetiva. Desde 2007, a SPCA ajudou a levar 265 cães do Iraque aos EUA.
O jornalista John Burns, chefe da sucursal do New York Times em Londres, esquece do tempo ao falar sobre a gata Scooter e seus três filhotes – que “viraram” sete durante a quarentena -, que levou do Iraque.
“Não há um dia em que não olho para Scooter e a vejo como um símbolo de sobrevivência e salvação.”
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